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Legislação, aborto e conhecimento espírita

Autor: Ricardo Gandra Di Bernardi*

A legislação de muitos países permite o aborto nos casos de estupro. A Doutrina Espírita compreende e apoia o aborto nesta situação?


A compreensão é um dos ensinamentos que sempre devemos por em prática. A mulher que passou por esta dolorosa situação deve ser muito amparada, no entanto, por tudo que conhecemos sobre o sofrimento do Espírito abortado, recomendamos que não se decida pelo abortamento.

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Se o Espiritismo é contra o abortamento, mesmo nos casos de estupro, devo entender que houve um planejamento divino ou espiritual para o Estupro?

Não, de forma alguma! Assassinatos, suicídios, estupros e outros desatinos da ignorância e selvageria humana não ocorrem devido a planejamentos espirituais, acontecem pelo livre arbítrio do Ser humano.

Se não houve programação para o estupro, pois decorreria do livre arbítrio do Ser humano com explicar o fato? Como e por que a mulher foi vítima?

Reforço, sempre, a informação de que não existe uma programação cruel e mórbida nesse sentido, mas o Espírito poderia trazer forte tendência a passar pela terrível experiência. Quem, em vidas anteriores, ocasionou sofrimentos ao próximo, torturas físicas e morais nesta área, traz seu campo vibratório muito fragilizado e suscetível a atrair agressões desta natureza.

O estupro, então, seria sempre inevitável?

Não. Em muitos casos, poderia ser evitável. Quando a mulher – ou homem – ao reencarnar, passa a ter uma postura de alto nível ético e moral, tornando-se um ser útil à sociedade, íntegro nas atitudes, seu campo energético muda de frequência vibratória, facilitando a proteção espiritual e impedindo a sintonia com o agressor.

Supondo que não se faça o aborto, que tipo de Espírito estaria reencarnando através de um estupro?

O ser que mergulha na carne, nessa dolorosa circunstância, em geral – mas nem sempre – é alguém que vibra na mesma faixa de desequilíbrio, um espírito que pelo ódio se imantava magneticamente à aura da jovem de hoje, pedindo-lhe contas pelos sofrimentos que no passado ela lhe causara, alguém que se vê preso às malhas energéticas do organismo biológico que se forma. O processo obsessivo que vinha desenvolvendo já o fixara perifericamente a trama perispiritual materna e agora adere definitivamente ao organismo biológico materno.

Se, “nem sempre”, é um Espírito em desequilíbrio que renasce através de uma gestação oriunda de um estupro, há situações muito diferentes?

Sim, como se trata de uma gestação fora dos padrões normais, as Entidades que renascem nesta situação são também especiais. Quando não são perseguidores da mulher é comum serem espíritos ligados a ela por fortes laços de amor e proteção, seres que mergulham no processo reencarnatório visando auxiliar intensamente a mãe durante toda uma vida.

No caso de uma gestação decorrente de estupro, o que ocorre com o Espírito abortado quando o mesmo era perseguidor da mulher?

Em função da sua densidade, decorrente do atraso evolutivo, seu corpo astral costuma sentir o impacto do abortamento, as dores que sente aliada a revolta, podem determinar um aumento da violência de sua perseguição à mulher, tão logo recobre a consciência.

Em resumo, pelo exposto, a Doutrina Espírita não advoga o aborto nos casos de estupro considerando que há um espírito reencarnando nas condições já devidamente explicadas. No entanto, como fica a situação psicológica da mãe ao ter dentro de si um filho do seu agressor? É possível condenar alguém nessas circunstâncias?

Longe de nós a posição de condenarmos quem quer que seja, porém não podemos nos furtar a dar as informações espirituais que conhecemos. A aceitação do filho poderá amenizar as dores da lesão psicológica da mãe ao embalar uma figura terna e suave de um bebê que sendo um Espírito evoluído proporcionará futuro amparo à vítima do estupro, dando-lhe toda a luz de alguém que poderá a vir ser seu arrimo na velhice. Irmãos cheios de ternura em seu coração, com projetos de dedicação e amparo renascem como filhos. Por outro lado, tratando-se de um inimigo do passado o aborto só agravará, e muito, a situação entre ambos. Aceitando a gestação, a mãe estará abrindo as portas à reconciliação ao recebê-lo e amá-lo como filho.


O que fazer, na situação em que vítima de estupro não tiver as mínimas condições psicológicas de criar a criança?

Busque os trâmites da adoção. Se na família não houver quem possa adotar, há inúmeros casais no Brasil e no exterior que, dentro da legislação vigente, buscam, com muito amor, um recém-nascido.

 

*O autor é médico, escritor e conferencista espírita.

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Os temas deste artigo e da palestra foram baseados no livro Gestação sublime intercâmbio, obra do próprio autor.

 

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